AEA discute rotas tecnológicas para a descarbonização no Brasil

AEA discute rotas tecnológicas para a descarbonização no Brasil

O Simpósio de Eficiência Energética, Emissões e Combustível, promovido pela AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, abordou o tema “Vocação Brasileira para a Descarbonização da Mobilidade”. O evento, realizado no último dia 18, foi considerado simbólico devido às oportunidades proporcionadas pelo Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) do Governo Federal, especialmente neste ano em que a AEA comemora 40 anos de atividades.

Durante o evento, Marcus Vinicius Aguiar, presidente da AEA, destacou a importância do programa Mover como um guia para as diretrizes futuras do setor automotivo brasileiro. Ele enfatizou a vantagem competitiva do Brasil devido à diversidade de matrizes energéticas, mas ressaltou a necessidade de fazer escolhas estratégicas para fortalecer a indústria nacional.

Marlon Arraes Jardim, diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), discutiu os desafios da transição energética em um cenário global com mais de 2 bilhões de motores a combustão, dos quais 1,5 bilhão são veículos. Ele enfatizou a importância de encontrar soluções não apenas para a frota circulante, mas também para desenvolver outras plataformas de mobilidade.

Henry Joseph Jr., diretor técnico da Anfavea, ressaltou o papel do etanol na descarbonização e questionou se os atores envolvidos estão aproveitando esse potencial. Ele alertou para os desafios econômicos enfrentados pelo setor automotivo devido à trajetória de aumento de custos, o que afeta a acessibilidade dos consumidores aos veículos.

Gustavo Santos Lopes, engenheiro da área de P&D da Robert Bosch, apresentou soluções de powertrain, destacando o potencial da injeção múltipla e vela de ignição por pré-câmara para veículos híbridos. Essas soluções visam otimizar a queima de combustível e reduzir as emissões de gases nocivos.

Ricardo Tomaczyk, executivo de Relações Institucionais da Amaggi, compartilhou a experiência bem-sucedida da empresa no uso de B100 (100% biodiesel) em suas operações no agronegócio. Ele destacou os benefícios ambientais e de autossuficiência energética dessa iniciativa, que inclui o abastecimento de máquinas agrícolas e caminhões rodoviários.

Além disso, representantes da AVL, Toyota e Hyundai apresentaram soluções relacionadas ao hidrogênio como vetor energético, enquanto Thiago Lopes, da Universidade de São Paulo, discutiu projetos piloto que exploram o potencial do hidrogênio a partir do etanol para alcançar emissão zero no setor de transporte.

O Centro de Tecnologias de Hidrogênio do Parque Tecnológico Itaipu também foi destacado por seu trabalho na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias relacionadas ao hidrogênio, incluindo projetos de armazenamento em estado sólido e aplicação em diversas áreas, desde eletricidade doméstica até mobilidade.

Essas iniciativas e discussões refletem o compromisso do Brasil em buscar soluções inovadoras e sustentáveis para a descarbonização da mobilidade, alinhadas aos princípios de eficiência energética e redução de emissões de gases de efeito estufa.