As estatísticas de roubo de carga vêm ampliando o nível de apreensão no mercado farmacêutico, principalmente entre as distribuidoras especializadas no transporte de medicamentos de alta complexidade. Os produtos farmacêuticos representam apenas 2% das cargas roubadas no Brasil, mas têm alto valor agregado, facilidade para revenda e dificuldade de rastreamento.
Os dados constam do Relatório do Setor de Distribuição de Medicamentos no Mercado Institucional Brasileiro, encomendado à Deloitte pela ABRADIMEX – Associação Brasileira dos Distribuidores de Medicamentos Especializados, Excepcionais e Hospitalares.
Na maior parte dos casos, o roubo é feito por encomenda e mira produtos específicos de alto custo. No Brasil, 85% dos roubos totais de carga ocorrem na Região Sudeste. Os assaltos majoritariamente acontecem durante o transporte em vias urbanas e rodovias. No entanto, as invasões a depósitos e Centros de Distribuição vêm apresentando tendência de alta desde 2022.
Para mais da metade de 40 especialistas em gerenciamento de risco no transporte de carga haverá elevação nos furtos para remessas farmacêuticas em 2025. Para mitigar perdas e danos decorrentes dessas ações criminosas, todas as distribuidoras estão investindo em segurança do transporte, um dos maiores custos operacionais.
Os recursos para essa finalidade aumentaram em até 20% para metade dos distribuidores do setor, até 40% para 20% deles e até 60% para 17% de empresas que atuam no mercado de distribuição de medicamentos. “Os empreendedores arcam com a elevação do frete de 5% a 10% em zonas de risco, encarecimento do seguro e alto investimento na adoção de carros blindados, escolta e tecnologia de segurança”, contextualiza Paulo Maia, presidente executivo da ABRADIMEX.