Novas regras de poluentes para caminhões e ônibus deve valer a partir de 2023

Por Daniela Chiaretti- Valor-/
Novas regras para que caminhões e ônibus poluir menos no Brasil, deve entrar em vigor a partir de 2023, os níveis de gás emitidos pelos veiculo é muito auto segundo pesquisadores do Instituto Saúde e Sociedade, organização não governamental (ONG) que estuda os impactos da urbanização na saúde, Se as medidas entrassem em vigor em 2020, evitariam a morte prematura de 10 mil pessoas e um gasto público e privado de R$ 4,6 bilhões.
Caminhões e ônibus representam 5% da frota brasileira de veículos, mas são responsáveis por 90% das emissões de material particulado (MP). O poluente MP 2,5 é produzido na queima do diesel.
Os padrões da qualidade do ar no Brasil estão muitos desatualizados segundo Evangelina Vormittag, do Instituto Saúde e Sustentabilidade, os níveis de poluentes para que os órgãos ambientais declarem estados de alerta e emergência são muito altos. Na Europa declara-se emergência para níveis de MP quando atingem 80 microgramas por metro cúbico de ar – um nível mais baixo do que o aceito como padrão pela legislação brasileira. “Para o Brasil, o alerta ocorre quando o nível atinge 500 microgramas/m3.
A resolução 490 do Conama define as regras da próxima fase da redução da emissão de poluentes em veículos pesados movidos a diesel. Trata-se do Proconve P8, a nova etapa do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores.
A nova fase do Proconve equivale ao chamado Euro 6 europeu. Lá as normas estão em vigor desde 2013, mas aqui entrarão em vigor apenas a partir de 2023. “A diferença na qualidade do ar das novas tecnologias é radical”, diz a coordenadora do estudo, Evangelina Vormittag, médica e diretora do instituto. As novas tecnologias reduzem em até 90% as emissões de poluentes
“Os padrões de qualidade do ar no Brasil estão muito desatualizados”, acrescenta Evangelina. Embora o Conama tenha votado outra resolução revendo padrões e limites da qualidade do ar (resolução 491, também de novembro) e aceitando que deveriam seguir as recomendações da OMS, não se estabeleceram prazos. “É importante mostrar o malefício disso”, diz “O Proconve é o melhor programa que o Brasil tem de combate à poluição do ar, o único que funciona, mas tem problemas”, sinaliza.
As tecnologias nos motores de caminhões e ônibus que equiparariam os limites de emissões brasileiros aos europeus existem no Brasil, diz a médica. “Bastaria acrescentar um filtro no motor. É um absurdo”, diz, atribuindo o atraso ao lobby de montadoras e da indústria. “Querem que o Brasil dê conta da frota que está sobrando em outros países”, afirma
“Para se manter competitivas no mercado global, montadoras instaladas no Brasil já desenvolvem veículos pesados concebidos com a tecnologia Euro 6, comercializados apenas para exportação. No Brasil, contudo, ainda vendem uma tecnologia defasada e com alto impacto na saúde”, diz ela.
A análise do instituto leva em conta metodologia da OMS que avalia o efeito da poluição do ar na saúde. A data de 2020 havia sido proposta por ambientalistas, pesquisadores e técnicos da Cetesb, mas foi vencida pela de 2023. Os três anos de diferença significam mais 9.750 internações hospitalares ao custo de R$ 36 milhões.
A análise do Instituto Saúde e Sustentabilidade foi feita para seis regiões metropolitanas – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Vitória e Porto Alegre – e que somam cerca de 25% da população.
Fonte Valor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *