Juros do Plano Safra recuam para 7,5% ao ano

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou ontem que o Plano Safra terá um corte de um ponto percentual nos juros, para uma taxa média de 7,5% ao ano. A oferta de crédito na temporada 2017/2018 será anunciada pelo governo na próxima semana.

“Conseguimos baixar os juros um pouco, não como gostaríamos, mas dentro da circunstância atual”, destacou ele durante o encontro ‘A Força do Campo’, promovido pelo Banco Santander, em Cuiabá, Mato Grosso.

O ministro comentou que a taxa ainda é muito cara para o produtor e que buscava um recuo maior nos juros. “Queria que o corte fosse de dois pontos”, salientou. “Mas teremos um corte um pouco maior em alguns programas.”

Esse também era o percentual desejado pela Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), segundo o presidente da entidade, Marcos da Rosa. “Mas não adianta ter recursos, sejam caros ou baratos, se as dificuldades de busca-los no banco são grandes”, destacou. Ele se refere à burocracia nos bancos.

Maggi assegurou, ainda, que os valores destinados à agricultura empresarial serão muito próximos aos do ano passado. Na safra 2016/2017, foram R$ 202 bilhões em linhas de crédito. “Teremos valor condizentes com a necessidade que temos”, comentou o Blairo Maggi. De acordo com ele, os prazos de pagamento de custeios e de investimento também devem ser reduzidos. “Os prazos serão menores em função dos teto de gastos que nós temos”, disse. Os prazos para pagamento de custeio, por exemplo, devem recuar para 14 meses em vez de 24 meses.

O ministro ainda afirmou que não há ambiente político para o avanço de questões como a regularização da venda de terras aos estrangeiros e a revisão das alíquotas e da cobrança do Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural (Funrural). A cobrança da contribuição foi considerada constitucional pelo Superior Tribunal Federal (STF) no último dia 30 de março. “O Funrural estava bem alinhavado mas, agora, está em compasso de espera.”

Conforme Blairo Maggi, ainda não foram definidos os percentuais de cobrança. “Mas a ideia é privilegiar aqueles que pagaram e penalizar um pouco mais aqueles que não pagaram a contribuição”, acrescentou.

Rosa, porém, declara esperar que uma Medida Provisória (MP) seja publicada ainda nesta semana. “Acreditamos que, embora essa crise, a MP deve sair até sexta-feira, para que o produtor não seja considerado inadimplente”, ressaltou.

Para o ciclo 2017/2018, o presidente da Aprosoja aposta em queda na produção. “Acredito que o produtor vai ter que controlar a produção”, disse Rosa, citando a expectativa de prejuízo neste ano.

“É melhor ter uma produção controlada com oferta menor e preço maior”, explicou o dirigente ao DCI.

Marcela Caetano

Fonte:DCI/Diário Comercio Industria&Serviços

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