Especialista explica porque preço do aço acumularam alta de 46%

O preço do aço sofreu um novo ajuste no ano, em torno de 15%, agora no mês de maio. A escassez de matérias-primas  e consecutivos aumentos vêm afetando diversos setores da indústria, dentre eles, o de implementos rodoviários. “Estamos tendo dificuldade durante todo o período da pandemia, em especial neste ano de 2021”, explica Osmar Oliveira, CEO da 4Truck,  fornecedora de implementos rodoviários para o transporte de cargas (baús e carrocerias), e de unidades móveis para toda linha de caminhões e vans sobre chassi.

De acordo com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), uma das maiores fabricantes de aço do país, os reajustes de preços desde o começo do ano até agora acumulam alta de 46%, com 130% nos últimos 12 meses. Dados do Instituto Aço Brasil também indicam que o Brasil produziu 5,8 milhões de toneladas de aço bruto no 1º bimestre de 2021, o que representa alta de 7,3% em relação ao mesmo período de 2020. 

O executivo aponta que a falta da matéria-prima gera impacto direto na produção, forçando o aumento de estoques para evitar a paralisação da fábrica, e alguns atrasos nas entrega para os clientes. “Temos muitos implementos prontos aguardando pelos caminhões para a instalação, uma vez que as montadoras também têm tido problema com a entrega de veículos. Toda essa situação prejudica a cadeia no aspecto operacional e também no financeiro, pois atrasa o ciclo de faturamento”, completa.

O aumento da matéria prima gera um impacto significativo para as indústrias, ocasionando aumento dos custos, instabilidade e diminuição do nível de confiança em geral. “Felizmente temos uma situação financeira sólida e credibilidade junto a cadeia de fornecedores, o que nos leva a uma condição favorável de aquisição no material; mas temos acompanhado a dificuldade de muitos players na reposição de seus estoques. Nos preocupa, em especial, o atendimento aos transportadores de itens essenciais como alimentos, medicamentos, insumos hospitalares e outros.”

Outro fator de alerta é que os constantes reajustes aliado à disponibilidade reduzida dos materiais no mercado nacional pode frear a recuperação do setor exatamente neste momento de retomada da atividade econômica e do setor de transportes. Três setores são responsáveis por 82,2% do consumo do aço no Brasil: 37.6% vão para a construção civil, 20.5% para bens de capital, e 24.1% para o setor automotivo. 

A 4TRUCK, indústria especializada na produção de implementos rodoviários com sede em Guarulhos (SP), consome atualmente cerca de 50 toneladas de aço para fabricar aproximadamente 70 equipamentos mensais. “A carteira composta de clientes de setores variados, o planejamento estratégico em relação aos estoques e os cuidados com o time mantiveram a 4TRUCK operando sem paradas até aqui, mas a dificuldade com a matéria prima preocupa nesta momento. Seguimos produzindo, entregando, e torcendo para que a vacinação avance rapidamente, imunizando nossa população e tranquilizando o mercado”, finaliza Oliveira.