O congestionamento do trecho Cuiabá-Santarém da BR-163 continua. Alguns caminhões conseguiram deixar o local na madrugada desta terça-feira (28) dada a trégua das chuvas, mas elas voltaram e o cenário agora é semelhante ao observado nos últimos dias. A estrada continua ainda em péssimas condições, com muita lama e impedindo até mesmo que as máquinas em sua potência máxima possam fazer seu trabalho para amenizar os problemas.
Novas fotos enviadas pelo caminhoneiro Antônio Carlos Souza Gonçalves, que está no local já há 20 dias, mostram que a situação ainda é bastante complicada. A estrada permanece intransitável, as chuvas voltaram a ocorrer em alguns pontos e os suprimentos básicos ainda não chegam.
“É um descaso muito grande com as pessoas que necessitam dessa rodovia”, diz Antônio Carlos. “Segundo a Polícia Rodoviária Federal, sairemos daqui amanhã (quinta-feira, 2). Temos que ir ao porto de Miritituba e depois voltar, e enfrentar tudo isso de novo”, completa.
“Está tudo parado de novo, quem conseguiu sair nessa madrugada deu sorte”, relatou um caminhoneiro que ainda está no local. São mais de 4 mil motoristas de caminhão parados há mais de uma semana. Nesta quarta, deverão chegar cestas básicas ao local enviadas pelo Ministério da Defesa.
Parte do trecho havia sido liberado no último final de semana, e as expectativas são de que a pista seja completamente liberada até a próxima sexta-feira, 3 de março, de acordo com informações do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.
O chefe da pasta, Maurício Quintella, irá, inclusive, discutir o transporte da soja pela rodovia nesta quinta-feira (2) com algumas das principais tradings mundiais de grãos, incluindo a Amaggi, a ADM, Cargill, Bunge e a Cofco. “O objetivo será definir a estratégia logística que garanta a manutenção da trafegabilidade ao longo da rodovia durante o chamado inverno amazônico e o consequente escoamento da produção agrícola”, diz a nota do ministério publicada pela IstoÉ Dinheiro.
O governo federal informou que estima o prejuízo imediato das transportadoras esteja em cerca de R$ 50 milhões, podendo subir. Enquanto isso, sem pavimentação e implementada há 41 anos, Mato Grosso perde com essa situação da rodovia, aproximadamente, R$ 2 bilhões ao ano, segundo reporta o G1 MT.
Um cálculo feito pela Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC) considerando os 15 dias de problemas já mostra, no entanto, que os prejuízos estariam próximos de R$ 150 milhões, já que as perdas diárias são de R$ 10 milhões. São perdas em mercadorias e custos com os caminhões.
Fonte: Notícias Agrícolas