“Bolsonaro apunhalou caminhoneiros pelas costas ao vetar auxílio”, afirma categoria

Fonte: Hora do Povo-/

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) e a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) se manifestaram contra o veto do presidente Jair Bolsonaro à concessão do auxílio emergencial de R$ 600 à categoria.

Na última sexta-feira (15), Bolsonaro vetou o dispositivo do projeto de lei 873, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que ampliava o auxílio emergencial para diversas categorias profissionais, entre elas os caminhoneiros, motoristas escolares e de aplicativos, diaristas, agricultores familiares, artistas, garçons e manicures, entre outras.

Segundo o diretor da CNTTL e presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí (Sinditac), Carlos Alberto Litti Dahmer, “é lamentável que o presidente que se diz amigo dos caminhoneiros apunhale dessa forma toda a categoria”.

Carlos Litti afirmou que a decisão de Bolsonaro é desumana com os caminhoneiros autônomos que continuam trabalhando durante a pandemia da Covid-19, “correndo risco de serem contaminados ou mortos”.

A Abrava lançou uma nota de repúdio na segunda-feira (18) afirmando que “a categoria dos caminhoneiros merece atenção especial” para manter “a continuidade do abastecimento das famílias brasileiras e dos hospitais de todo o país”.

O governo justificou o veto afirmando que a proposta do senador fere o princípio da isonomia por privilegiar algumas profissões em razão de outras. Para o líder sindical, Carlos Litti, no entanto, quem está privilegiando é o governo, ao liberar um pacote de R$ 1.216 trilhão de ajuda aos bancos.

“Tem um trilhão para banqueiro e não tem R$ 600 para o caminheiro? Isso é um absurdo”, diz.

O presidente da CNTTL também fez um apelo ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, para que dê andamento ao projeto de lei de autoria da deputada Perpétua Almeida (PCdoB/Acre), em favor dos caminhoneiros, que segundo ele está parado na mesa da presidência.

O PL 1953/2020 garante uma renda mensal de R$ 2.000 ao transportador autônomo durante três meses e a suspensão de três parcelas do financiamento dos caminhões, que voltariam a ser cobradas no final do contrato.

“Pedimos à Câmara que trate o nosso pedido como tema de relevância social. Neste momento de pandemia, nossa categoria está exercendo um papel fundamental ao garantir o abastecimento da população, dos hospitais e da indústria”, ressalta Litti.

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