Bimestre mantém ritmo de recuperação da indústria de implementos rodoviários

Nos primeiros dois meses do ano foram emplacados 22.358 unidades ante 17.219 no mesmo período de 2020; Curva positiva poderá ser interrompida se o valor do aço for reajustado, alerta ANFIR

A indústria de implementos rodoviários registrou no primeiro bimestre de 2021 variação positiva de 29,84% com relação ao mesmo período do ano passado. “O mercado está respondendo bem após quatro anos de crise e entendemos que este ano temos tudo para termos a retomada consistente no crescimento dos negócios”, analisa Norberto Fabris, presidente da ANFIR-Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários. “Não podemos sofrer qualquer revés que seria desastroso”, completa Fabris referindo-se a intenção do setor siderúrgico de aplicar reajuste no preço do aço.

O segmento de Reboques e Semirreboques apresentou nos primeiros dois meses do ano variação positiva de 47%. No primeiro bimestre de 2021 foram emplacados 13.323 produtos ante 9.050 unidades no mesmo periodo de 2020.
No setor de Carroceria sobre chassis o desempenho positivo no primeiro bimestre foi de 10,6%. Em dois meses, o mercado adquiriu 9.035 produtos contra 8.169 em igual período do ano passado.

Aumento inoportuno. Todo o movimento positivo nos negócios do setor fabricante de implementos rodoviários sofrerá interrupção se o valor do aço for reajustado. “O aço teve aumento superior a 80% em 2020 e a maior parte
desse custo não foi repassado ao cliente final”, alerta Norberto Fabris, presidente da ANFIR-Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários.

O reajuste interromperia o ritmo de recuperação da indústria. “Trata-se de um insumo fundamental à nossa atividade porque o aço tem participação na produção de nossos produtos de até 80%”, diz o executivo. A carteira de cobrança da indústria de implementos rodoviários não é indexada, isto é, os valores devidos são fixos. Indexar a carteira é uma prática onde quem vende protege seus ganhos contra eventuais flutuações de mercado, como reajustes de matérias-primas, repassando ao cliente esse custo.

Além disso a ANFIR entende que é inoportuno o reajuste porque a economia do País foi abalada seriamente em 2020 por conta da pandemia. “Assim não temos como repassar aos clientes e um eventual aumento seria absorvido pelos fabricantes prejudicamento diretamente à saúde financeira das empresas”, explica. O efeito negativo do reajuste se estenderá a outros segmentos do mercado
logístico, prevê o presidente da ANFIR. “O transportador tem dificuldade em repassar aumentos aos geradores de carga“, explica.