Agricultores de MT temem falta de espaço em armazéns para guardar produção após retenção de caminhões na BR-163

Transtorno no acesso dos caminhoneiros aos portos do Pará tem causado lentidão no escoamento da safra. Outra consequência é o aumento do frete, segundo os produtores.
Caminhões chegaram a ser puxados por máquinas na BR-163 para chegarem aos portos do Pará (Foto: João Miranda/Arquivo pessoal)

Fonte:G1-Mato Grosso

Agricultores de Mato Grosso que ainda vão colher boa parte dos grãos – principalmente de soja – temem ficar sem espaço nos armazéns para guardar a produção devido ao transtorno no acesso aos portos do Pará, que gera lentidão no escoamento da safra.

Caminhões e carretas não conseguem vencer um trecho de 65 km, perto de Novo Progresso (PA), numa região conhecida como Serra do Sabão. A precariedade na infraestrutura da BR-163, problema agravado pela temporada de chuvas, faz com que uma viagem que normalmente durava cinco dias entre Sinop, a 503 km de Cuiabá, e o porto de Miritituba, em Itaitúba (PA), passasse a ser de oito dias.

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a explicação para o problema é que o contrato com a empresa que tocava as obras foi rompido e o trabalho do trecho entre Novo Progresso e Moraes de Almeida foi repassado para o Exército. A meta é lançar a primeira camada de asfalto em todo o segmento até o final de 2019 e, em 2020 fazer a compelmentação e o fechamento da obra.

Outra consequência do tráfego ruim é que o frete já aumentou. O agricultor Leonildo Barei cultivou 750 hectares de soja em Sinop e, mesmo antes de terminar a colheita, já percebeu que o preço do frete aumentou de R$ 160 para R$ 240, o que gera um custo de R$ 4 a mais por saca, dinheiro que sai do bolso do produtor rural.

A previsão é de que 11 milhões de toneladas de grãos, entre milho e soja, saiam de Mato Grosso para o Porto de Miritituba neste ano. Com os problemas de infraeturura na estrada, as empresas que organizam os fretes nos municípios do norte e do médio-norte do estado, calculam um prejuízo mínimo de R$ 9 milhões por dia para os transportadores.

Segundo o Dnit, o trânsito já flui melhor na regiãoda Serra do Sabão, em Moraes de Almeida (PA). Por lá, os veículos seguem no sistema ‘Pare e Siga’, já que, em função das obras, existe apenas uma pista liberada para a passagem das carretas.

Em boletim divulgado na noite de sábado (10), o Dnit informou que a execução das obras de impermeabilização da plataforma da rodovia, na serra, causam uma retenção de aproximadamente duas horas em Moraes Almeida. Na semana passada, os caminhões chegaram a ser retidos em Novo Progresso por pelo menos 125 horas.

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