Accelo 1316: tamanho de leve e força de semipesado

O mercado de caminhões se direciona cada vez mais aos veículos comerciais mais leves e com maior capacidade de carga. Não por acaso, mudanças têm ocorrido nos produtos, com caminhões mais alinhados para otimizar o negócio do cliente. E, dessa máxima, a Mercedes-Benz desenvolveu o Accelo 1316 6×2, primeiro modelo médio dessa família – que até então atuava apenas no segmento de leves até 10 t de PBT (Peso Bruto Total).

 

O Mercedes Accelo médio, apresentado em outubro de 2015, tem o diferencial de ter seu 3º eixo e o suspensor preparados na linha de montagem, diferentemente de seus concorrentes, que oferecem os itens por meio de empresas parceiras, o que é mais comum. Ao cliente final há a vantagem de ter o veículo 100% original de fábrica, com maior confiabilidade e, o que pode ser também, um argumento na hora da revenda.

Mas são as suas vantagens operacionais que realmente lhe agregam valor. Seu PBT de 13 t se traduz em 800 kg a mais de carga útil (antes de descontar o peso do implemento), se comparado a alguns de seus concorrentes. Isso graças à sua plataforma equivalente a de um Accelo 1016 com capacidade de 9 600 kg de PBT.

O 1316 trabalha bem na cidade e nas curtas distâncias rodoviárias
Sempre que uma montadora divulga a carga útil de um caminhão, ela considera o peso de ordem de marcha. Isso significa que, deve-se considerar o peso de motorista, lubrificantes, combustível e implemento, para depois se conhecer a real capacidade de carga útil. 

O trem de força desse modelo médio também é produzido pela Mercedes-Benz. O motor é o OM-904 LA de 4,8 litros de capacidade volumétrica – o mesmo utilizado na linha de até 17 t, o que prova que, para um caminhão médio, há motor de sobra; são 156 cv a 2 200 rpm de potência e 62,2 mkgf de 1 200 a 1 600 rpm de torque, ligeiramente melhor do que o de seu principal concorrente, o VW Delivery 13.160, que é de 61,3 mkgf de 1 300 a 1 700 rpm.
 O motor é de 4 cilindros em linha
A transmissão é de 6 velocidades, com a última overdrive e a primeira mais reduzida, com relação de 6,29:1. É manual e também produzida pela Mercedes, com o código G 56-6. Já a embreagem, de 362 mm de espessura, não é robusta como a de um caminhão de 17 t, apenas dimensionada para um modelo de 13 t. E a relação de eixo traseiro HL-2 da Mercedes é de i=4,30, com pneus 235/75 R 17,5. 

Essas soluções técnicas resultaram na combinação de um caminhão forte que faz boa velocidade média. Bom lembrar que ele é direcionado a aplicações mistas, podendo fazer percursos urbanos como rodoviários de curta distância. Por essa razão, a fabricante da estrela dispõe de duas opções de entre-eixos: 3 700 mm (com capacidade de carga útil para 8 720 kg, sem considerar o peso do implemento e comprimento de carroceria de até 7 m e 4 400 mm com capacidade para 8 620 kg de carga útil, também sem considerar o peso do implemento) e carroceria de até 8 m). 


Também é possível implementá-lo com chassi mais curto para adequá-lo ao VUC (Veículo Urbano de Carga). Dessa forma, o 1316 atende operações com cargas mais pesadas, como frigoríficos e bebidas. Além dessas atividades, esse trucado médio pode ser útil em serviços de autossocorro, abastecimento de locais como o Ceasa e Ceagesp, que ficam dentro de grandes centros urbanos, redes de varejo, carga geral etc. Ele também pode receber carrocerias do tipo baú, sider, carroceria aberta carga seca, plataforma, entre outros. 

No que se refere à segurança, além do sistema de freio pneumático, a tambor, comum no mercado, porém menos indicado, ele ainda agrega freio-motor Top Brake. O ideal é que o sistema de freio nos veículos de uso urbano e rodoviário fosse a disco, muito mais seguro. 

O local para os pedais conta com espaço para o descanso do pé esquerdo
Pela sua origem como leve, a altura da plataforma, de carga 200 mm, é mais baixa e tem a finalidade de agilizar a coleta e a distribuição de mercadorias. Se somar o seu balanço dianteiro e a parte traseira da cabine, foi possível deixar o caminhão mais compacto, contudo, seu comprimento ficou 600 mm menor, de para-choque a para-choque, se comparado ao seu principal concorrente, o VW Delivery 13.160.

Com o veículo em operação no tráfego urbano, percebe-se que ele é fácil de esterçar, graças ao círculo de viragem que chega a ser 3,5 metros menor, frente a outros do segmento, tornando-o mais ágil. A tarefa fica ainda menos complexa por causa do suspensor pneumático que dá maior flexibilidade ao veículo. Ele pode ser acionado de maneira bem simples, por meio de uma chave seletora posicionada no console central no interior da cabine.

VIDA A BORDO
Como um caminhão compacto, destinado a operações urbanas e rodoviárias de curtas distâncias, o Accelo tem como predicado o fácil acesso por causa do degrau mais baixo em relação ao solo, pensando justamente no motorista que tem de entrar e sair da cabine muitas vezes ao dia. Outro detalhe da porta é a cobertura dos degraus, muito útil em país com alto índice de roubo de carga. Isso dificulta que assaltantes tentem abordar o motorista quando o veículo está em baixa velocidade, como em engarrafamentos.


Por outro lado, a cabine do Accelo não vigora entre os mais espaçosas do mercado. A largura é 400 mm menor, e a altura também é 350 mm inferior, comparando-o aos seus principais competidores. Apesar dessas medidas serem vantajosas na operação, por deixar o veículo mais acessível em locais de difícil acesso a caminhões desse porte, compromete um pouco o espaço a bordo para o motorista.

De série, o Accelo possui escotilha e o banco do passageiro duplo, sendo que o encosto do banco do meio pode ser rebatido, transformando-se numa mesa. O Accelo médio pode ser ofertado com ar-condicionado, vidros e espelhos com regulagens elétricas.

DOIS EM UM
Pelos dois mundos em que trafega o Mercedes Accelo 1316, ele cobre as expectativas, sobretudo no que se refere à agilidade, se tornando produtivo na cidade. O modelo avaliado nessa reportagem é a versão com entre-eixos de 4 400 mm, carregado com 12 540 de PBT.

A cabine se ajusta às atividades urbanas e mistas
Na estrada, no começo da descida de serra pela rodovia Anchieta, a 40 km/h em 4ª marcha, a rotação oscilava entre 1 700 e 1 800 rpm, e João Moita, instrutor técnico da Mercedes-Benz, acionou o único estágio do Top Brake. Já em trecho da serra que não era de tanto declive, foi possível alcançar a velocidade média de 60 km/h, ainda em 4ª marcha, com rotação a 2 200 rpm e, ao solicitar o freio-motor novamente, este segurou bem o caminhão que estava quase na sua totalidade de carga.

Ao nível do mar, havia velocidade média de sobra para cumprir com folga os prazos ajustados, comuns à operação. Isso é colaborado pelas respostas rápidas do motor ao pé do motorista no acelerador, que rapidamente leva o veículo em velocidade de cruzeiro, 80 km/h em 6 marcha e a uma rotação de 1 600 rpm. Nessa rota chamou a atenção a agilidade do câmbio que, mesmo manual, faz trocas precisas em combinação com o acelerador, respondendo de maneira excelente às retomadas.


O câmbio faz trocas leves e precisas
A subida da serra, de início, foi comprometida pelo trânsito de caminhões que tiveram de passar pela balança. Depois, praticamente quase todo o trecho até a chegada a São Bernardo do Campo, na fábrica da Mercedes-Benz, estava livre. A subida foi feita a 60 km/h, entre 4ª e 5ª marchas e rotação a 1 800 rpm. O motor do 1316 permite ao motorista dosar a velocidade necessária em cada momento sem ter de recorrer de maneira intensa a alavanca de câmbios, o que rende bons resultados com relação ao consumo.

A garantia do Mercedes-Benz Accelo 1316 é de um ano sem limite de quilometragem, porém, há concorrentes que já oferecem uma garantia maior, como a Iveco, que oferece dois anos, e a Ford, que oferece dois anos para motor, câmbio e diferencial.

O MÉDIO COM CARA DE LEVE

U ma novidade que a MAN Latin America apresentou e, por coincidência, no mesmo período em que a Mercedes-Benz lançou o 1316 é o Delivery 13.160. O modelo chegou para substituir a versão 10.160 Plus 6×2, mantendo sua configuração com motor Cummins ISF e 3º eixo de fábrica.  

O modelo tem PBT (Peso Bruto Total) de 13,2 t, o maior do mercado para sua categoria, e entre-eixos de 2 850 mm, garantindo, assim, flexibilidade necessária para atender à legislação de VUC (Veículos Urbanos de Carga) e atuar nas mais diversas aplicações. 

O painel do computador é básico, mas informativo
Esse caminhão está disponível com motor ISF 160 da Cummins, de 3,8 litros, 4 cilindros em linha, que desenvolve potência de 160 cv a 2 600 rpm e torque de 61,1 mkgf de 1 300 a 1 700 rpm. Esse motor ganha em potência se comparar ao seu competidor da estrela, mas não em torque. O Cummins trabalha em harmonia com a caixa de transmissão ZF, a 6S 1000 T0, manual de 6 velocidades. Essa transmissão é a mesma usada nos ônibus urbanos Volkswagen de 17 toneladas, o que demonstra a sua robustez e durabilidade para operação urbana. O acionamento a cabo traz mais conforto e precisão nas trocas de marcha, diminuindo o esforço de trocas e ruído interno, com mais facilidade e comodidade ao motorista que transita no ciclo urbano e no rodoviário.

Assim como seu concorrente, as aplicações que o modelo atende são: transporte de bebidas, plataformas de autossocorro, tanque de combustível, gás, entre outros que necessitem circular nas grandes cidades, com maior carga útil.
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CONCLUSÃO
Accelo 1316 6×2 é um trucado médio com tamanho de caminhão leve e força de um semipesado, e só por esses atributos vale a pena experimentá-lo. Para a segurança ele é equipado com freio-motor Top Brake, e, na direção, a impressão é de estar a bordo de um automóvel. Muito prático dirigi-lo, além de seu computador ser bem intuitivo. Um caminhão simples, mas completo para a atividade a que se propõe.

Fonte:TransporteMundial

Andrea Ramosl

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